9 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O CYBERBULLYING

Saiba quais são as principais informações que você precisa ter para identificá-lo e poder enfrentar as situações de abuso e assédio que acontecem na internet.

O cyberbullying já é termo conhecido – mas ainda pouco compreendido entre jovens, adultos e até especialistas da área.  Afinal, o que é e como ele se caracteriza - e, principalmente, como combatê-lo? 

 

Reunimos algumas informações para você entender mais sobre o tema e, assim, poder atuar na prevenção e, sobretudo, no apoio às vítimas desse tipo de violência que, por mais que se dê no campo virtual, pode ter consequências bastante reais, graves e irreversíveis.

 

 

1)     O cyberbullying é a prática da intimidação, humilhação, exposição vexatória, perseguição, calúnia e difamação por meio de ambientes virtuais (como sites, redes sociais, e-mails, aplicativos de mensagens).  

 

2)     A maioria dos casos de cyberbullying ocorre entre os adolescentes, mas há um número considerável de jovens adultos que exercem essa prática criminosa.

 

3)     Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, o Brasil ocupa o segundo no ranking de cyberbullying no mundo, atrás apenas da Índia.  A pesquisa entrevistou mais de 20 mil pessoas em 28 países. 

 

4)    O cyberbullying pode ser extremamente nocivo e pode acontecer de diversas formas, desde um comentários numa rede social até o compartilhamento de nudes sem consentimento. 

 

5)    Os efeitos do cyberbullying podem ser mentais (constrangimento, sentimento de incapacidade), emocionais (vergonha e falta de interesse pelo que ama) e até físicos (cansaço ou perda de sono, dores de cabeça ou barriga). Em alguns casos, pode levar até ao suicídio. 

 

6)    Você pode agir. Se receber fotos ou conteúdo que foi vazado, a melhor conduta a adotar é reprimir o agressor, printar os comentários como provas de violência, denunciar o perfil à plataforma utilizada.

 

7)    A vítima precisa de apoio. Ofereça acolhimento. Rir, curtir, compartilhar podem piorar, e muito, as consequências do ato. 

 

8)     Assim como o bullying, o cyberbullying é uma forma de violência e, como tal, é passível de punição por meio do Código Penal quando configura crime contra a honra (calúnia, difamação e injuria - Artigo 138 do Código Penal Brasileiro), crime de injúria racial  se houver ataques racistas (Artigo 140 do Código Penal Brasileiro) e exposição de imagens de conteúdo íntimo, erótico ou sexual (Artigo 218-C do Código Penal Brasileiro incluído pela Lei 13.718, de 2018).

 

9)     Em todos os casos, as punições previstas no Código Penal Brasileiro podem chegar a quatro anos de reclusão. Na esfera civil, os agressores podem ser condenados a pagar indenizações por dano moral. Se o agressor é menor de idade, os seus responsáveis respondem pelos crimes diante do tribunal e podem ser condenados a pagar indenizações à vítima e a sua família.

 

 

Caiu na Net 

 

Em seu recém-lançado livro Caiu na Net”, a coordenadora de Pesquisa e Impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, trata, entre outras questões, de um tema recorrente no campo do cyberbullying: os nudes,  as imagens eróticas, em sua maioria de corpos femininos, registradas e enviadas e frequentemente submetidas a julgamentos morais, acusações e até perseguições. 

 

Para Beatriz, "Muita gente ainda acredita que violências que recebem o título de 'virtuais', por ocorrerem via interações digitais na internet, são menos graves do que aquelas que acontecem em interações face a face. No entanto, mesmo que a violência seja remota, termo que ganhou força durante a pandemia, seus efeitos são muito reais e, muitas vezes, com consequências graves e até mesmo trágicas". 

 

Pesquisa “A Violência Real do Mundo Virtual”

 

Para entender melhor o cenário da violência praticada no mundo virtual,  o Instituto Avon, em 2019 e 2020, juntou-se à Decode para produzir uma pesquisa inédita sobre violências contra meninas e mulheres no ambiente digital.  

Foram analisados mais de 280 mil vídeos e 470 mil menções, comentários e reações na forma de curtidas, compartilhamentos e repercussões que aconteceram em ambientes digitais. O estudo com os resultados completos serão divulgados no próximo dia 24 de novembro, no Fórum Fale Sem Medo, iniciativa anual do Instituto Avon que debate grandes temas da causa da violência contra mulheres e meninas. “Reconhecer, nomear e agir são fundamentais para avançarmos em direção a espaços digitais mais saudáveis, democráticos, justos e seguros para meninas e mulheres” complementa Beatriz.

 

Fontes:

UNICEF e BRASIL ESCOLA. 

 

 

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