MAPA NACIONAL DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO TRAZ DADOS ATUALIZADOS COM RECORTES POR ESTADO

Plataforma recebeu prêmio internacional de inovação e foi tema de um workshop para jornalistas e influenciadores sobre uso dos dados e evidências nas pautas sobre violência de gênero.

Pela primeira vez desde 2005, a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher – divulgada pelo Mapa Nacional da Violência de Gênero - apresenta recortes estaduais, possibilitando uma análise mais profunda sobre a violência contra a mulher em diferentes territórios do país. Entre os dados regionais inéditos apurados a partir de entrevistas com mais de 20 mil mulheres, destacam-se:

  • Sul: líder nas solicitações de medidas protetivas de urgência para mulheres em situação de violência no Brasil, com 27%; praticamente metade da população feminina da região reconhece ter sido vítima da violência doméstica;
  • Sudeste: 49% das mulheres declaram já ter sofrido violência doméstica e menos de um terço das vítimas declaram ter solicitado medidas protetivas de urgência;
  • Norte: 52% da população feminina declara ter sofrido alguma forma de violência doméstica ao longo de suas vidas e, em comparação às demais regiões, é a que reconhece estar menos informada sobre seus direitos previstos na Lei Maria da Penha;
  • Nordeste: 47% das nordestinas declaram ter sofrido alguma forma de violência doméstica ao longo de suas vidas e 67% afirmaram ter uma amiga, familiar ou conhecida que já sofreu violência doméstica e familiar;
  • Centro-Oeste: 47% da população feminina declara ter sofrido violência e apenas 35% consideram-se bem-informadas sobre a Lei Maria da Penha.

 

Com esses insumos, pretendemos contribuir com a gestão pública na criação e aperfeiçoamento de medidas, serviços e políticas públicas de conscientização, apoio e proteção de mulheres em situação de violência. Agora, o Mapa – uma ferramenta resultante da união entre os setores público e privado – irá facilitar o acesso a essas informações para qualquer pessoa ou instituição que deseja entender melhor a realidade da violência de gênero no Brasil”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

 

Mapa da Violência recebe prêmio internacional na categoria Impacto Global

Ao lado do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), DataSenado e Gênero e Número, o Instituto Avon recebeu o prêmio internacional Qlik Global Transformation Award pelo Mapa Nacional da Violência de Gênero, na categoria Impacto Global. A plataforma é o primeiro projeto brasileiro reconhecido pela premiação, promovida pelo líder global em integração de dados, analytics e inteligência artificial.

O evento aconteceu no início de junho em Orlando (EUA) durante a conferência anual Qlik Connect 2024, que identifica e promove avanços na área de ciência e inteligência de dados, destacando iniciativas e organizações que utilizam dados de forma inovadora para impactar positivamente negócios e a sociedade.

Dados de qualidade são meios de acesso à cidadania, instrumentos para a conscientização da sociedade e ferramentas para que instituições possam tomar decisões baseadas em evidências, monitorando nossas leis e políticas públicas, bem como criando e aprimorando soluções para mudar a realidade da população feminina do país, garantindo sua segurança e bem-estar”, explica Beatriz Accioly, coordenadora de Parcerias do Instituto Avon.

 

Workshop orienta sobre uso de dados por jornalistas e influenciadores

Com a presença de jornalistas, influenciadores e veículos especializados em pautas sobre questões de gênero, o Instituto promoveu o Workshop Mapa Nacional da Violência de Gênero, que apresentou a plataforma como uma ferramenta acessível, atrativa e útil para o acesso a dados atualizados e confiáveis sobre a violência contra a mulher no Brasil.

Sem saber o que se tem, não conseguimos achar um remédio para a cura. Hoje, neste workshop, vimos o quão relevante é ter dados e evidências para que possamos ter, de uma maneira mais fácil e correta, elementos e dados para enfrentarmos a violência contra a mulher. Saio muito animada por termos mais uma forma de ampararmos e acolhermos as mulheres”, disse Fayda Belo, advogada especialista em crimes de gênero.