Um estudo inédito encomendado pelo Instituto Natura, que incorporou o Instituto Avon recentemente, acende um alerta sobre a desinformação a respeito do câncer de mama no país: 31% das brasileiras não possuem informações básicas sobre a doença e seus direitos relacionados ao tema.

É o que mostra o Índice de Conscientização sobre o Câncer de Mama, que ouviu 1520 mulheres entre 18 e 70 anos com o objetivo de avaliar e monitorar o nível de conhecimento das brasileiras em relação ao cuidado com a saúde das mamas.

Outro dado alarmante aponta que 24% das entrevistadas não sabem a idade certa para iniciar seus exames de rastreamento, mesmo sem sintomas ou histórico familiar,  enquanto outras 26% informaram a idade errada (abaixo de 40 anos). A desinformação atinge usuárias tanto do SUS quanto do sistema privado de saúde.

Realizada nas cinco regiões do país, a pesquisa reforça que o conhecimento está associado diretamente ao perfil socioeconômico das brasileiras, abrangendo recortes de escolaridade, raça, renda e sistema de saúde utilizado por cada mulher, como mostram os dados abaixo:

 

• Escolaridade: mulheres que nunca frequentaram a escola ou que possuem apenas o ensino fundamental incompleto apresentam um índice de desconhecimento de 49%. Entre as que têm o ensino superior completo, o índice de desinformação cai para 15%.
• Renda: entre as classes econômicas mais altas, o nível de informação adequada chega a 34%. Já entre as que possuem renda mais baixa, esse número não ultrapassa 15%.
• Raça: entre as mulheres que se declaram pretas ou pardas, o nível de conhecimento adequado alcança 24%, enquanto entre as mulheres brancas esse número chega a 33%.
• Acesso ao sistema de saúde: 38% das usuárias do sistema privado alcançam níveis adequados de conhecimento sobre a doença. Já entre as usuárias do SUS, esse número não passa de 25%.
• Diagnóstico e proximidade com a doença: 7 em cada 10 entrevistadas já tiveram alguém próximo com diagnóstico de câncer de mama.
• Experiência com a doença: os níveis de conhecimento entre conscientizadas e muito conscientizadas chegam a 33% das mulheres que conhecem alguém que tem ou teve a doença. Entre as mulheres que já tiveram câncer de mama, esse número chega a 64%.

 

"As desigualdades resultam na carência de informações essenciais sobre a saúde mamária e nos mostram um quadro crítico no qual o cuidado com as mamas não é um direito compreendido e acessado por todas as brasileiras. Nesse sentido, é crucial que as políticas públicas e as campanhas de conscientização sejam implementadas com foco na equidade, visando diminuir essas disparidades e garantindo que todas as mulheres tenham acesso à informação e ao atendimento adequado", finaliza Daniela Grelin, diretora executiva de Direitos e Saúde das Mulheres e Comunicação Institucional do Instituto Natura.

 

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