Quem escuta uma mulher cala a violência. Com essa importante convocação à ação, promovemos a campanha Vozes Entrelaçadas durante o Agosto Lilás, mês que, desde a promulgação da lei 14.448/22, é dedicado à conscientização sobre o enfrentamento à violência contra mulheres e meninas.

Toda a comunicação da campanha foi direcionada à importância de realizar a escuta ativa como forma de promover o diálogo sobre os diferentes tipos de violências e mostrar como é possível receber apoio e acolhimento da sua rede, além de buscar ajuda por meio dos serviços de atendimento existentes.

"A campanha valorizou a potência de um ato individual importante que é a escuta ativa. Escutar é mais do que ouvir. Quando ouvimos, fazemos isso de forma orgânica. Quando escutamos, estabelecemos um momento de troca e de acolhimento. Garantir esse espaço de escuta por meio de redes de apoio, transformando os silêncios em vozes entrelaçadas, é fundamental para enfrentar as violências”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Natura.

As peças da campanha remeteram à arte do bordado, que se caracteriza tanto pela referência à reunião das bordadeiras para executar sua arte, quanto pela importância de cada ponto para a construção de um desenho, mostrando que cada ação individual é crucial para construir uma sociedade livre de violência. “Quando mulheres se reúnem e criam espaços coletivos de fala e escuta, caminhos possíveis são criados e estabelecidos para possibilitar que mulheres em situação de violência saiam da invisibilidade. Esse foi o simbolismo que quisemos trazer para a nossa campanha”, completou Daniela.

O bordado também foi pano de fundo para o vídeo-manifesto da campanha, amplamente exibido nas ações de ativação e compartilhado pela imprensa. Clique aqui para assisti-lo. 

 

Conteúdos para se informar e compartilhar

A campanha contou com um site exclusivo voltado à informação, conscientização e engajamento, onde é possível encontrar dados oficiais sobre a violência contra mulheres no país, informações sobre as formas de violência e como identificá-las, mecanismos de proteção e redes de apoio e peças para compartilhar nas redes sociais. 

 

Os 18 anos da Lei Maria da Penha

Instituída em 2006, a Lei Maria da Penha é reconhecida como uma das mais completas leis de prevenção, punição e erradicação das diversas formas de violência contra a mulher. Este ano, uma importante atualização aprimorou as medidas de proteção: a partir de agora, o sigilo do nome da vítima é garantido durante todo o processo judicial, proporcionando uma camada adicional de segurança e privacidade para as mulheres em situação de violência. 

Porém, como ponderou Daniela Grelin em seu mais recente artigo para o portal Exame, é necessária uma transformação da consciência, da cultura e do envolvimento de cada um de nós para a plena implementação e efetividade da Lei Maria da Penha. 

Urgência essa que torna campanhas como Vozes Entrelaçadas tão imprescindíveis.