COBERTURA MAMOGRÁFICA POR REGIÃO É DIVULGADA PELO PANORAMA DO CÂNCER DE MAMA
Análise dos dados da plataforma permite identificar as necessidades de investimento nas redes públicas de saúde em cada estado para atendimento à população feminina.
Desde sua recente reformulação, em 2024, a Plataforma Panorama do Câncer de Mama tem sido referência na imprensa e para diversos públicos estratégicos que precisam acessar, de forma organizada, segura e atualizada, os dados públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e informações relevantes sobre rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama.
Recentemente, a plataforma – uma parceria entre Instituto Avon e Observatório de Oncologia - divulgou a análise dos dados estaduais relacionados à cobertura mamográfica no país, permitindo identificar, com maior precisão, as regiões com mais desafios e urgência de investimento para que as mulheres locais tenham acesso ao atendimento público de saúde.
“Dados como esses são fundamentais para compreender onde a rede pública de saúde desses estados deve investir esforços para ampliar e aprimorar o atendimento à população feminina de cada local, contribuindo, também, para expandir a conscientização sobre saúde das mamas e a importância da detecção precoce da doença. De acordo com a OMS, 35% das mortes pela condição podem ser reduzidas se os exames de rastreio forem realizados regularmente. Quando o diagnóstico é obtido ainda em estágio inicial, as chances de cura chegam a 95%, o que também melhora a qualidade de vida da paciente”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.
Recortes por região
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cobertura mamográfica deve alcançar, no mínimo, 70% da população-alvo para realização dos exames – no caso do Brasil, mulheres entre 50 e 69 anos. Confira os dados de destaque em cada uma das regiões do país relacionados à cobertura mamográfica entre 2021 e 2022:
- Sul: 24,3% de cobertura, uma queda de 7% em comparação ao período de 2015 a 2016. Apesar do baixo número de exames de rastreio de câncer de mama, a região tem o melhor índice do Brasil; porém, lidera a incidência de câncer de mama no país entre 2015 a 2022;
- Sudeste: 22,1% de cobertura de mamografias no período, com mais da metade do percentual de mortes por câncer de mama no país entre 2015 e 2022. A cobertura é 48,9% abaixo do recomendado pela OMS;
- Nordeste: 19,9% de cobertura, um índice 50,1% abaixo do recomendado pela OMS, com o segundo maior número de casos novos de câncer de mama no país entre 2015 e 2022, atrás apenas do Sul;
- Centro-Oeste: 12,7% de cobertura de mamografias para rastreio do câncer de mama entre 2021 e 2022, ficando atrás apenas da região Norte. Um índice 57,3% abaixo do recomendado pela OMS;
- Norte: 10,1%, o pior índice de realização de mamografias para rastreio de câncer de mama do Brasil, estando 59,9% abaixo do recomendado pela OMS.
“O Brasil é um país continental e diverso, por isso a atenção oncológica em cada região precisa ser planejada e executada de maneira direcionada às necessidades regionais. Precisamos, com urgência, trabalhar intensamente para que todas as brasileiras, independentemente de raça, classe social, local de residência e questões econômicas, tenham acesso à informação sobre a importância de realizar os exames preventivos e, sobretudo, que possam ter garantia de acesso igualitário à cobertura de mamografia, diagnóstico precoce e tratamento adequado e oportuno de qualidade”, finaliza Dra. Catherine Moura, médica sanitarista e líder do Observatório de Oncologia.