INSTITUTO AVON: 20 ANOS ATUANDO PELOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS MULHERES

Em entrevista exclusiva, Daniela Grelin fala sobre o legado construído nas últimas duas décadas, os projetos para 2023 e os desafios para garantir um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres.

Para o Instituto Avon, um mundo melhor para as mulheres é um mundo melhor para todos. Essa é a premissa que rege todas as ações do braço social da Avon, que completa 20 anos na próxima segunda-feira, 20 de março.

Uma trajetória pautada pela missão de identificar e materializar iniciativas e projetos que impactem, de forma positiva e perene, a saúde e a segurança das mulheres. São mais de R$ 180 milhões investidos em mais de 400 projetos, pesquisas e ações de conscientização, tornando o Instituto Avon uma referência nessas duas causas.

Ao jogar luz sobre esses temas, ajudamos a criar uma consciência de que essas são questões que interpelam e convocam cada um e todos nós e que nenhuma mulher deve enfrentá-las sozinha”, afirma Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, nesta entrevista exclusiva.

 

Em sua opinião, o que mudou nos últimos 20 anos em termos de conscientização sobre a atenção ao câncer de mama e o enfrentamento às violências contra meninas e mulheres? Quais foram os principais avanços e desafios nessas últimas duas décadas?

DG: A principal mudança foi o resgate destes temas do silêncio e da invisibilidade para o debate público. Essas causas sempre foram tabus, dificultando a conscientização das mulheres, que sentiam-se estigmatizadas e isoladas ao enfrentarem seja situações de violência ou o câncer. Ao jogar luz sobre estes temas, o Instituto Avon ajuda a criar uma consciência de que essas são questões que interpelam e convocam cada um e todos nós e que nenhuma mulher deve enfrentá-las sozinha.

 

Em 2021, com o ingresso da Avon no grupo Natura &Co, o Instituto Avon passou por uma importante revisão estratégica, buscando refletir as diretrizes norteadoras do Compromisso com a Vida do grupo, mais especificamente o pilar “Defender os Direitos Humanos e Assumir o Papel de Ser Humano”. De que forma esse reposicionamento tem se manifestado na atuação do Instituto? 

DG: De fato, desde a integração do Instituto Avon ao grupo Natura &Co, dois direcionamentos principais foram incorporados à nossa forma de trabalhar. O principal deles é a necessidade de promovermos a mudança “de dentro para fora”, ou seja, reconhecer que a colaboradora e a Representante da Beleza Avon, ao mesmo tempo agentes de mudança e beneficiárias das causas, devem ser o nosso primeiro foco de atenção, recebendo informação de qualidade, serviços de apoio, estímulo e meios para representar as causas como verdadeiras líderes sociais. O segundo é uma ampliação de nossa visão estratégica, passando do impacto local para a mudança sistêmica. Ou seja, além de promover o avanço das causas nos projetos em que atuamos, precisamos focar o nosso portfólio de programas para promover uma mudança sistêmica de forma a mudar a história do câncer de mama e da violência contra a mulher em nosso país.

 

A atuação em rede, por meio das Representantes da Beleza Avon, sempre foi um fator determinante para que o IA se fizesse presente em 100% do território brasileiro, levando informação e serviços a milhões de mulheres. Em 2023, essa capilaridade ganha ainda mais força, com a maior união entre as forças de vendas de Avon e Natura. É possível mensurar o impacto desse novo momento em termos de visibilidade e alcance para as causas? 

DG: Nossa visão é que cada pessoa que faz parte da nossa rede seja também capaz de acolher, orientar e apoiar outras pessoas para que tenham acesso à informação e serviços de acolhimento/encaminhamento tanto em sua jornada de diagnóstico e tratamento, no caso do câncer de mama, quanto na denúncia e emancipação, no caso da violência de gênero. Em suma, cada consultora de beleza pode e deve ser uma referência de cidadania e acesso a direitos para todas as pessoas de seu círculo de relacionamento.

 

Nos últimos anos, o Instituto tem atuado de forma contundente na mobilização da iniciativa privada para o avanço das causas, com a fundação de entidades como a Coalizão Empresarial e o Fundo ISP, e o fomento do ativismo de marca dentro das empresas do grupo. Como essa mobilização “de dentro para fora” repercute para o avanço das causas?

DG: A mobilização de diversos atores e instituições é necessária para avançarmos em direção à transformação que queremos ver. Ela parte da consciência de que nenhuma empresa, ONG ou liderança é capaz de imprimir mudança sistêmica sem colaboração radical. Este é um grande diferencial da nossa atuação: atuamos na lógica da colaboração e não da competição. Devido ao pioneirismo do Instituto Avon nas causas, temos o lastro e a credibilidade para propor estes arranjos inovadores buscando atrair mais recursos, investimento e lideranças para as causas.

 

Outra frente importante de atuação é a articulação, proposição e implementação de políticas públicas voltadas à redução da letalidade do câncer de mama e o enfrentamento da violência contra as mulheres. A aprovação da Lei de Navegação de Pacientes, a liderança pela ratificação da Convenção 190 da OIT e a adesão de diversos governos estaduais ao Programa Acolhe são alguns exemplos. Esse novo momento de maior representatividade das mulheres na política pode ser considerado um indicador positivo para as mudanças necessárias à transformação?  

DG: A maior representatividade das mulheres na política é um sinal positivo, mas não suficiente. É importante que estas lideranças somem à representação o foco nas causas que interessam à mulher, a partir de uma escuta das organizações que as representam. A representatividade alcança seus efeitos positivos quando se traduz em ações eficazes para os interesses do grupo representado.

 

Se você pudesse eleger um objetivo ambicioso, porém tangível, para que o Instituto Avon alcançasse nos próximos anos, qual seria?

DG: Nosso objetivo número um é claro: assegurar que nenhuma mulher da nossa rede venha a enfrentar uma experiência com o câncer de mama ou a violência contra a mulher sozinha. Cada uma delas deve receber acolhimento, apoio e orientação para assegurar os seus direitos e ter a sua vida, saúde e segurança preservadas. Esse é um objetivo compartilhado e, portanto, um convite pessoal e intransferível para que  cada um(a) de nós se reconheça convidado(a) a participar desta cruzada.